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Mente sã, corpo são

Uma das primeiras postagens que escrevi aqui no blog (leia aqui), dizia respeito a todos os comentários que ouvi e todos os olhares de reprovação que recebi por ter sido gorda boa parte da minha vida. Com bom humor narrei alguns dos percalços que passei, mas que ficaram para trás. Depois de ter feito muitas dietas malucas, de ter tomado muitos remédios que me causaram terríveis efeitos colaterais, desenvolvi transtornos de compulsão alimentar e ansiedade. Tudo isso eu descontava em mais comida e acabava entrando em um círculo vicioso que culminou em um doloroso efeito sanfona e platô. Até que um dia resolvi pegar as rédeas do meu corpo e mudar os rumos da minha história.

Tardiamente, percebi que não comia por fome ou por prazer, mas sim por gula. Todos os momentos de alegria ou de tristeza eram uma desculpa para comer, pois infelizmente era minha válvula de escape. Esse desequilíbrio começou ainda muito cedo, já aos 13 anos eu comia compulsivamente e depois ia direto para o banheiro vomitar na esperança de me livrar da culpa de comer e claro das calorias. Com o passar do tempo, controlar o peso se tornou uma tarefa cada vez mais difícil. Aos 18 anos me mudei de cidade para fazer faculdade e com o estresse do dia a dia, eu só sabia comer. E o pior: comia MUITO mal! Minhas compras se baseavam em miojo, nuggets, salsicha, bacon, batata frita, pães, bolos, doces, açaí, salgados, refrigerante e de vez em quando bebida alcoólica. Durante muito tempo, deixei as frutas e verduras de lado e só comia quando ia aos finais de semana para a minha casa. Minha mãe sempre cozinhou muito bem e me oferecia uma alimentação saudável e diversificada, rica de vegetais, carnes e frutas.

Olhando para trás, percebo claramente que só deixei a situação ficar crítica porque eu simplesmente não me enxergava gorda. Eu não me olhava no espelho, não me reconhecia em fotos, não olhava pra dentro de mim. Eu não via nada mais, minha mente estava doente e fisicamente falando, meu corpo não sustentava mais o excesso de peso, não tinha estrutura para aguentar pesar três dígitos. Sentia cansaço, falta de ar, indisposição, dores nas pernas e nos pés, auto estima baixa pois vestia manequim 48, 50 e absolutamente nada ficava bom. Depois de anos de angustia, cheguei ao meu limite e decidi mudar. E mudança seja ela de que tipo for não é fácil, mas tive o apoio incondicional da minha família e da Kátia uma amiga muito especial (que hoje habita em outra dimensão).

Decidi que era hora de dar uma virada, um choque no organismo e radicalizar. Nada mais seria como antes, agora era eu comigo mesma. Procurei uma equipe de médicos, nutricionistas, educadores físicos e mãos a obra. Seria um conjunto de ações que não teria como dar errado. Entendi pela primeira vez que dieta restritiva não funciona, ninguém aguenta manter por muito tempo, por isso, optei pela dieta seletiva. Cortei tudo o que eu nem gostava tanto mas comia por comodidade como: refrigerante, fast food, excessos de doces, salgados (ainda como mas moderadamente), cortei álcool (essa parte é complicada socialmente falando, as pessoas não entendem que você não vai beber e ponto), entre outros alimentos industrializados. Investi em verduras, legumes, frutas, carnes magras, iogurtes, castanhas, granola sem açúcar, pães integrais, queijos brancos entre outros alimentos que igualmente me saciavam e traziam disposição para a mente e para o corpo. Além disso, comecei a levar a sério a prática de esportes e atividades físicas que foram essenciais para que meu corpo se moldasse.

O resultado? Emagreci muito! Melhorou todos os aspectos da minha vida porque foquei conjuntamente na saúde do corpo, da mente e do espírito. Já dizia o ditado: “Mente sã, corpo são”. As pessoas demoraram a perceber as mudanças… No início ouvi comentários do tipo: “parece que você emagreceu” e advinha? Eu já tinha emagrecido 10kg! Quanto eu peso ou quantos quilos eu perdi só interessam a mim e a equipe que me acompanha. Não vou divulgar fotos de antes e depois para comparações, muito menos passar minha dieta, pois não sou habilitada para esse tipo de serviço. Aqui não é lugar para apologia a nada, nem imposições de padrões. Emagreci respeitando meu biotipo e a largura dos meus ossos, não quero ser igual a fulana ou ciclana, quero apenas me olhar no espelho e me reconhecer como uma mulher saudável e que se cuida com equilíbrio.

Por isso, o objetivo do meu relato é fazer um sincero desabafo e contar a trajetória dessa conquista. Emagrecer não é uma tarefa fácil, ao longo de um ano eu perdi peso gradativamente, ainda não cheguei no meu objetivo, mas estou a caminho. Quem opta por cirurgia de redução de estômago, balão, dieta ou qualquer outro método saudável para emagrecer merece TODO o meu respeito e admiração. Só quem enfrentou a obesidade sabe do que estou falando e todas as formas são válidas desde que respeite seus limites. Me sinto bem e muito feliz. Sobretudo, me sinto uma vitoriosa por ter superado meus fantasmas e ter encarado de frente esse desafio que eu mesma me coloquei.

Espero que você também seja e esteja feliz com o corpo que habita, com o estilo de vida que escolheu, mas se não tiver só uma pessoa pode mudar isso: você! Lembre-se seu corpo, suas regras sempre!

Se identificou com o post? Me conte sua história nos comentários!

Mente sã, corpo são