A arte do encontro

Ultimamente tenho refletindo muito sobre o quão afortunados somos pelos bons encontros da vida. Se você parar para prestar atenção, vai perceber que o destino te conecta com as pessoas certas no momento certo.

A decisão de escrever sobre esse tema não surgiu de forma aleatória, o real motivo é porque estou passando por um processo profundo de autotransformação. Olhando para trás consigo enxergar nitidamente que todas as pessoas com quem tive algum nível de interação foram essenciais para a minha trajetória. Mesmo aquelas que me ensinaram por meio de suas ações o que não fazer, foram bons encontros de aprendizados. Em contrapartida, aqueles que tiveram atitudes positivas e genuínas se transformaram em conexões inspiradoras que guardo no coração com muito carinho.

Acredito que tudo tem um propósito, um porquê, que pode estar oculto, não ser consciente, passar despercebido, mas tenho a tranquilidade de saber que tudo está no seu devido lugar, o fluxo da vida no momento certo vai te mostrar. Por isso, o que desejo hoje é exaltar a arte do encontro e que privilegiada eu sou com tantas pessoas incríveis que fazem parte da minha história.

O processo de autotransformação não acontece do dia para a noite, não é como um passe de mágica, é uma ação contínua e após ser despertada passa a ser um caminho sem volta. Se autoconhecer é revelador e muito, muito libertador. Por vezes, nos prendemos a amarras emocionais, psíquicas, sociais, criadas apenas por nossa mente. O discurso é tão lindo, e a prática, onde está?

Que a gente compreenda que por mais genuína e simples que possa ser a nossa ação, as vezes nos convertemos em um ponto de luz na vida de outra pessoa, sem ao menos nos darmos conta. Sabe aquele ombro amigo? Aquele ouvido? Aquele olhar compreensivo? Aquele colo? Aquele puxão de orelha? Ele realmente pode ter um significado único para o outro. Em alguns momentos, precisamos de um incentivo, alguém para nos ajudar a organizar e estruturar nossos próprios pensamentos para que consigamos olhar de dentro pra fora com maior clareza. Consegue perceber o quão mágico é tudo isso? É uma honra também acessar a visão do outro sobre nós, pois a partir daí inicia-se um processo muito rico de troca e elevação. E é justamente para crescer e expandir em todos os sentidos que estamos aqui, do contrário seríamos meros robôs no piloto automático.

Nessa vida a gente só passa pelo que tem que passar. Cada um enfrenta uma batalha que é única e não cabe a nós julgamento. Continue na busca pelo seu propósito, mas sem passar dos seus limites de bem estar. De forma até inconsciente nos boicotamos e nos machucamos em determinadas situações que se não fossem as pessoas certas, nos momentos corretos talvez não conseguiríamos sozinhos enxergar os sinais. Os bons encontros da vida, os verdadeiros mesmo permanecem, apesar dos pesares, mesmo com o distanciamento físico. Sentimentos tão bonitos como a amizade e o amor se transformam de uma maneira muito mais madura e natural com o tempo.

Enfim, você já parou para analisar o quão abençoado você é só por existir? Por ter saúde? Por ter família? Por ter amigos? Por ter um amor? Por ser quem é? Mesmo sendo clichê, a vida passa muito rápido. Vamos agradecer os bons encontros seja em qual nível for, e que a gente sempre se recorde que o que não é benção pode ser uma rica lição. Somos pura energia e frequências interligadas.

Parafraseando Vinícius de Moraes: “A vida é a arte do encontro, embora haja tanto desencontro pela vida”. Desejo que vocês reconheçam e valorizem todos os encontros que têm, tiveram e ainda terão!